O livro “A Capitania do Pinhancó: Capelas, patrimônios e doadores”, escrito pelo professor Hélio Ramos, é uma obra que busca resgatar a história da colonização e formação das comunidades nos sertões do Pinhancó, Piranhas e Cariri, na Paraíba, durante os séculos XVII e XVIII.
O autor dedica-se a explorar a relação entre a fé, a colonização e a formação de povoados, destacando o papel das capelas e igrejas como núcleos de devoção e organização social.
Estrutura e Conteúdo
O livro está organizado em capítulos que abordam a história de diversas freguesias, igrejas e capelas da região, com foco nos doadores, padres e comunidades que contribuíram para a construção e manutenção desses espaços sagrados. Cada capítulo detalha a história de uma igreja ou capela, desde sua fundação até sua consolidação como centro religioso e social.
- Conquista e Colonização do Sertão Paraibano: O livro começa com um relato sobre a entrada dos colonizadores no sertão paraibano, destacando o papel dos bandeirantes e da Casa da Torre na ocupação das terras e no conflito com os indígenas. A Guerra dos Bárbaros é mencionada como um marco na história da região.
- Freguesias e Igrejas: O autor detalha a criação de várias freguesias e igrejas, como a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó, a primeira paróquia dos sertões paraibanos, e a Igreja Matriz de Santana do Seridó, que foi desmembrada da freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso. A obra também aborda a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Campina Grande, criada devido à grande extensão territorial da freguesia do Cariri de Fora.
- Capelas e Doações: O livro explora a construção de diversas capelas, como a Capela de Santa Luzia, a Capela de Santa Rita de Cássia de Coremas e a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Sítio Caiçara. O autor destaca as doações de terras e gado feitas por colonizadores e moradores locais para a construção e manutenção dessas capelas, muitas vezes como forma de garantir a salvação espiritual e o bem-estar da comunidade.
- Doadores e Padres: Hélio Ramos resgata a história dos doadores que contribuíram para a construção das capelas e igrejas, como o Tenente José Gomes Pereira, que doou terras para a construção da Igreja Matriz de Santana do Seridó, e o Capitão Vital Vieira da Costa, que doou terras para a Capela de São José de Piranhas. O livro também menciona os padres que atuaram nessas comunidades, como o Padre Francisco Alves Maia, primeiro Cura da Freguesia de Santana do Seridó.
- Fragmentos Históricos: O livro inclui transcrições de documentos históricos, como cartas de sesmarias, escrituras de doação e termos de criação de freguesias, que ajudam a contextualizar a formação dessas comunidades religiosas.
Temas Principais
- Fé e Colonização: O livro destaca como a fé individual e coletiva foi um fator crucial na formação das comunidades sertanejas. A necessidade de sacramentos e a distância dos grandes centros religiosos levaram à construção de capelas e igrejas, que se tornaram núcleos de povoamento.
- Conflitos e Resistência: A obra aborda os conflitos entre colonizadores e indígenas, especialmente durante a Guerra dos Bárbaros, e como esses confrontos moldaram a ocupação do sertão.
- Doações e Patrimônio: O autor enfatiza o papel das doações de terras e gado para a construção e manutenção das capelas, mostrando como a devoção religiosa se traduziu em ações concretas de apoio às comunidades.
- Comunidade e Devoção: O livro ressalta a importância das irmandades e das comunidades locais na manutenção das igrejas e capelas, destacando o esforço coletivo para garantir a continuidade dos cultos e a preservação dos espaços sagrados.
Conclusão
“A Capitania do Pinhancó: Capelas, patrimônios e doadores” é uma obra rica em detalhes históricos, que oferece uma visão aprofundada da formação das comunidades religiosas no sertão paraibano. Hélio Ramos consegue unir a história das capelas e igrejas com a narrativa da colonização, destacando o papel da fé e da devoção na construção do patrimônio cultural e religioso da região. O livro é uma contribuição valiosa para a compreensão da história do Nordeste brasileiro, especialmente no que diz respeito à relação entre religião, colonização e formação de comunidades.
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Fonte: Assesoria