O “Trem do Forró” institucional e empresarial não foi à Galante, mas o distrito de Campina Grande não se privou de recepcionar a inventiva locomotiva criada pelo gestor ambiental, publicitário músico e inventor Sérgio Dias, que compareceu à festa junina abbordo do próprio trem. (Veja o vídeo).
É bom lembrar que o sistema ferroviário no Brasil começou a ser destruído por pressão internacional das montadoras que no País começaram a se instalar nos anos 1950; governo de Juscelino Kubitschek, desmonte que se concretizou durante a Ditadura Militar (64/83). Linhas, estações, empregos tudo foi varrido e abandonado para beneficiar as multinacionais.
O abandono é visível por todo o País. Para dar utilidade ao patrimônio abandonado, muitas foram às iniciativas culturais e econômicas para ocupar estações abandonadas. Em Bananeiras a estação virou pousada, em Pombal um museu abandonado, em Campina Grande também é retrato do abandono.
Até que iniciativas festeiras tornaram a estação de Galante (distrito de Campina) numa atração junina: a chegada do Trem do Forró. Uma iniciativa empresarial e da prefeitura de CG que funcionou para alguns anos, mas que também fracassou.
Entretanto Galante manteve seus festejos juninos na estação, sem pompa e sem estrutura empresarial.
Irmãos Dias: aventureiros e YouTubers
E nem tudo estava perdido
Eis que o músico, gestor ambiental, publicitário e inventor, Sérgio Dias, resolveu ir à festa na sua própria locomotiva. Ele e o seu irmão professor Marcos Dias costumam visitar estações ferroviárias abandonadas com sua máquina, que não é a vapor nem atômica ou elétrica. Sérgio tem canal no YouTube com suas aventuras por sítios históricos e locais turísticos da Paraíba.
E no Dia de São João, Sérgio desembarcou em Galante a bordo do seu troller, para o encantamento da festa, alegria dos forrozeiros e muitas selfs dos festeiros.
Segundo Sérgio Dias, que também é artista plástico, seu trem é uma produção caseira, artesanal. Veja na descrição:
Motor Zmax – 5.5 Hp muito usado em forrageiras, moedor de caldo de cana e triciclo Drift.
Esse trenzinho foi inspirados em troller que geralmente são usados para dar manutenção das vias, pelas empresas ferroviárias. E nós Estados Unidos, México, Rússia, são usados nas vias abandonadas para turismo e esporte de aventuras.
Eu usei para construção Metalon 40 por 40, na chapa 18 e Metalon 20por 30 e soldado e projetado por mim.
Ele mede 1,30 ( um metro e trinta) de comprimento e 90 ( noventa centímetros) de largura e usei para as rodas campona de roda de carro, que pega a gante da roda do carro. Para levar o trenzinho, alugo reboque e levo montado e são 4 pessoas para tirar do reboque.
A chegada do “Trem do Forró”, em Galante, este ano, foi singela, inventiva e, acima de tudo, uma denúncia e resistência contra do desmanche que o sistema ferroviário sofreu devido à incúria e a um crime de lesa pátria, que foi sua destruição.
Veja o vídeo.
MARRAPAZ! E não é que eu né emocionei bastante com essa resistência cultural e essa inteligência criativa de Marcos Dias, Sérgio, Vava da Luz, que aparece aqui nesse registro fabuloso publicizado por João Costa, jornalista, teatrólogo, ator, diretor, professor, tampa de carrmboque de tudo o que é novidade proveitosa. Parabéns pela vanguarda. Estimulante. Muito obrigado.
Parabéns! Sérgio Dias e Marcos Dias, pelo belo trabalho que vem fazendo ao longo do nosso estado da Paraíba, trazendo as informações precisas na ponta da linha. Um forte abraço e osucessso.