Fazer a Rota do cangaço entre Paraíba e Pernambuco  perpassar fazendas, sítios, vilas e cidades que se tornaram palco para Revolta de Princesa, entre junho-agosto de 1930, quando outra instabilidade assolou a Paraíba e o Brasil: a Revolução de 30.

Em novembro, quando de uma viagem-aventura para o Cariri Cangaço, em Serra Talhada(PE), em companhia dos historiadores José Tavares e Julierme Wanderley, o editor do blog pode aprender muito sobre a Revolta protagonizada por soldados, ex-cangaceiros, coronéis e jagunços sob o comando com icônico coronel José Pereira. Veja os vídeos.

Tavares: uma referência sobre Cangaço

Entre pesquisadores, é grande a expectativa para o livro o historiador pombalense, Zé Tavares sobre a Revolta de Princesa, com publicação prevista  para 2023. A publicação vai narrar a Revolta pela perspectiva de seus atores no campo de batalha.

Durante entrevista ao blog, Zé Tavares adiantou alguns detalhes pouco conhecidos sobre a Revolta de Princesa.

“O Tenente Ascendino Feitosa tinha sido delegado de Teixeira, e, lá, inimizara-se com um primo nosso, Silveira Dantas. A inimizade se azedara, a ponto de chegarem ao desforço físico. Ou, para ser mais preciso: terminou saindo de Teixeira, corrido, o Tenente Ascendino que, ali, seguiu ordens do presidente João Pessoa, estava tentando humilhar todos os nossos amigos, que eram a todo instante revistados na rua, a pretexto de “combate ao cangaceirismo”, relatava  Ariano Suassuna, filho do presidente João Suassuna. escritor áraibano já façecido,

Acrescenta ainda Ariano Suassuna que, “posteriormente João Pessoa escondeu do seu tio Epitácio Pessoa o fato de Ascendino Feitosa ter sido enviado para Teixeira, às vésperas das eleições de 1º de março, uma vez que este não concordaria com tal nomeação, justamente por Ascendino Feitosa ser intrigado com os Dantas” .

Segundo Ariano, João Pessoa havia dito ao tio que enviaria o tenente Manoel Arruda, oficial externo à briga de família.

A sucessão de embates envolvendo a força policial comandada pelo tenente Ascendino Feitosa e membros da família Dantas, ocorrida a partir de 28 de fevereiro de 1930, marca o início da Revolta de Princesa.

Um conflito que contaminou a população civil embalada  nas disputas políticas dos chefes locais, famílias emponderadas de Pernambuco e Paraíba.

A historiografia oficial sobre o conflito, em robusta em detalhes em torno do chefe da revolta, coronel José Pereira, deputado estadual poderoso na região de Princesa Isabel, João Pessoa, presidente do Estado, José Américo, escritor e secretário de estado.

Mas pouco espaço dedica  aos homens e mulheres que, de fato lutaram, morreram e fizeram da Revolta um épico da História da Paraíba, a exemplo de Luiz do Triângulo, ex-cangaceiro e chefe de grupo numeroso de revoltosos, Alexandrina Diniz, esposa de Marcolino Diniz, chefe militar dos revoltosos, Sargento Clementino José Furtado (o icônico Clementino Quelé), Ascendino Feitosa, que desencandeou no terror a partir de Teixeira.

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