“Lampiaço – O Rei do Cangão”, comédia teatral do escritor e dramaturgo José Bezerra Filho, encenada pela primeira vez no início dos anos 1980, ganhou uma nova montagem que será apresentada pela turma 2025 do Curso de Teatro da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) no teatro Santa Roza neste sábado e domingo, a partir das 19 horas.

As apresentações são gratuitas e contarão com intérprete de Libras para acessibilidade ao público surdo. A montagem marca a conclusão do percurso formativo dos estudantes e a primeira aplicação da nova estrutura do curso, organizada em três módulos.

O trabalho é concebido a partir do texto original de José Bezerra Filho, com adaptação de Léo Palma, e direção geral de Papa Macêdo. A direção musical é assinada por Yuri Gonzaga, com preparação vocal de Aelson Felinto e preparação corporal de Lua Camboatá. A iluminação é de Henrique de Castro.

Cena da peça atual: 45 anos depois da primeira encenação

Inspiração em Don Quixote de La Mancha

Segundo o autor José Bezerra Filho, sua obra tem forte influência do clássico “Dom Quixote de la Mancha” escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes. O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid, em 16 de janeiro de 1605. As personagens Lampiaço e Beija-Flor seguem na peça uma saga parecida.

Humor, lirismo e crítica social

A atual montagem, segundo releese da produção, tem forte carga poética e musical; “Lampiaço, o Rei do Cangão” mistura humor, lirismo e crítica social para narrar a saga de um homem que acredita ser herdeiro de Lampião e parte em busca de um tesouro mítico. Em seu percurso, encontra Beija-flor, um cordelista sonhador que se torna seu companheiro de jornada. Entre feiras, hospitais, visões e delírios, Lampiaço é perseguido pela figura materna, que tenta resgatá-lo de sua própria loucura. O elenco se reveza entre personagens, em cena marcada por figurinos que remetem ao barro e ao sangue do Sertão.

Para o diretor Papa Macêdo, o espetáculo é um canto sobre delírio, arte e resistência, onde a força da cultura popular nordestina pulsa em cada cena. Ele completa: “A peça é uma reflexão sobre o que persiste incendiando o nosso imaginário: a coragem, a revolta, a esperança, a fé. Na peça, Lampião não morre; ele ressurge em cada olhar, em cada voz, em cada corpo que insiste em fazer do palco um ato de liberdade”.

Elenco: Aldenor Souza, Alexandre Magno, Carollina Candido, Ícaro Lima, Mayara Genuino, Peter Alcantara, Ruanna Gonçalves, Samuel Wesley Jr; ator convidado: Aelson Felinto.

Ficha Técnica
Texto: José Bezerra Filho, que também é autor de outra peça sobre cangaço: “Tenente Benigno”.
Adaptação: Léo Palma
Direção Geral: Papa Macêdo
Direção Musical: Yuri Gonzaga
Preparação Vocal: Aelson Felinto
Preparação Corporal: Lua Camboatá
Iluminação: Henrique de Castro
Gerência de Teatro da Funesc: Polly Barros, Lara Torrezan e Humberto Lopes.

Fonte e imagens da montagem atual: Secom

fotos da 1a montagem: Livro Quarenta Anos de Teatro Paraibano, de Ednaldo do Egipto.

 

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