O escritor e pesquisador pombalense trabalha na conclusão do seu livro sobre a Revolta de Princesa, que promete trazer a público novas informações sobre a conspiração, concatenamento dos fatos, abordagens e informações até agora ignoradas sobre personagens conhecidas que fizeram a Revolta política, como coronel José Pereira, João Pessoa e a guerra a exemplos de Luiz do Triângulo, Marcolino e Alexandrina Diniz, além do lendário sargento da Força Pública ( hoje Polícia Militar) Clementino José Furtado, o Clementino Quelé. O blog antecipa para seus possíveis leitores, trechos do livro a ser publicado.
Revolta de Princesa: o início de tudo
José Tavares
Foi nesta casa ( foto de capa), residência do coronel Antônio Medeiros Siqueira Campos e dona Maria Estela Barros Siqueira de Campos, na cidade de Flores/PE, onde aconteceu a reunião que viria determinar o rompimento do coronel José Pereira com o governo João Pessoa.
O histórico encontro contou com a presença do coronel Jose Pereira, do prefeito de Princesa, José Frazão de Rodrigues, do presidente do Conselho Municipal Manoel Rodrigues Sinhô e do telegrafista Richomer Barros, irmão de dona Estela Barros.
O empresário João Pessoa de Queiroz, maior incentivador do rompimento que também se fez presente, juntou e importantes da política pernambucana, destacando-se Marçal Diniz (sogro de Jose Pereira), Jose Dantas (pai do compositor gonzaguiano Zé Dantas). Ne da Carnaúba e o senador Jose Maria Bello, primo do governador Estácio Coimbra.
Por sua vez, o Deputado Francisco Pessoa de Queiroz enviou um telegrama a José Pereira nos seguintes termos:
“Zé Pereira, o tempo é esse para se tirar Joca da Paraíba, devemos aproveitar a boa vontade do presidente da República. Meu tio (Epitácio Pessoa) está maluco só acredita em Joca, para ele os outros sobrinhos para ele não existem”.
Após a reunião, ainda em Flores, o telegrafista Richomer Barros se dirigiu até a agencia dos Correios, localizada em um anexo da casa do Coronel Jose Medeiros (veja na foto o prédio vizinho, nas cores e verde e amarela), de onde encaminhou o telegrama ao presidente da Paraíba:
“Princesa, 22 – João Pessoa. Acabo de reunir os amigos e correligionários aos quais informei do lançamento da chapa federal. Todos acordaram mesmo que V. Excia., escolhendo os candidatos à revelia da comissão executiva, caracteriza palpável desprestígio aos respectivos membros.
A indisciplina partidária que ressumbra do ato de V. Excia., inspirador de desconfiança no seio do epitacismo ameaça o esquecimento os mais relevantes serviços dos devotados à causa do partido. Semelhante conduta aberra dos princípios do partido, cuja orientação muito diferia da atual, adotada singularmente por V. excia. Esse divorcio afasta os compromissos dos velhos baluartes da vitória de 1915 para com os princípios desse partido que V. excia. acaba de falsear.
Sargento Quelé: a lenda da PM paraibana
Por isto tudo, delibero adotar a chapa nacional, concedendo liberdade aos meus amigos para usarem do direito do voto consoante lhe ditar a opinião, comprometendo-me ainda a defendê-los, se qualquer ato de violência do governo atentar contra o direito do voto assegurado na Constituição.
Saudações – José Pereira.”
O artigo ficou muito arretado, parabéns ao professor e amigo José Tavares. Resgatando a história nordestina do nosso Brasil.