Que o mundo unipolar, baseado em regras elaboradas pelos EUA e Europa está no início do fim, os fatos recentes como a cúpula dos Brics, realizada em Jaonesburgo, em que o presidente Lula buscou uma reinserção do Brasil como protagonista é fato, mas um mundo multilateral nascente resultará de um parto fórceps.

Acompanhando o raciocínio de analistas abalizados em geopolítica, a ampliação do Brics tornará o grupo com 49% da população global e com 47 % do PIB mundial, além responsável pelo controle das maiores reservas de gás, petróleo, mineração, produção de alimentos e reservas de água.

O Brasil foi um dos criadores dos Brics, atualmente preside o banco do grupo, mas nos últimos cinco anos perdeu protagonismo político, estagnou, andou pra trás economicamente, além de ter se tornado, desde 2013, uma republiqueta com golpes e tentativas de golpes de estado sucessivos.

Uma vocação para atraso que permeia a República desde a sua fundação, sempre à mercê de golpes militares, de grupos econômicos que buscam manter o Estado sob seu controle quase que absoluto e em função de seus interesses corporativos ou em conluio com os EUA.

Desde o Brasil colônia de Portugal e mesmo República, períodos de pujança econômica compartilhada não só pelas classes dominantes são alternados por golpes militares, incertezas que levaram e ainda levam o país à dependência do surgimento de um salvador da Pátria, um surto sebastianista ( 1836/38) recorrente.

Estamos sempre na dependência da volta de um Dom Sebastião revivido para tirar o Brasil do buraco civilizatório, que a Nação teima em cavar ainda mais, independentemente da modernização tecnológica e econômica.

Citemos o caso de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil pela terceira vez, o nosso Dom Sebastião do século XXI.

Como os sebastianistas da Pedra do Reino, o País parece depender de uma figura triste como tenente Messias, um mau militar, expulso do Exército, mas que ainda seduz todo o estamento militar; um político nazifascista adorado por imensas parcelas da população.

Ou da alegre e simpática figura do Luiz Inácio, amada pela outra metade da Nação, um eterno nordestino sonhador e desejoso de um país unificado e próspero.

O problema do Brasil é que tudo parece repousar na figura do presidente Lula.

Favorito para vencer as eleições de 2018, Lula foi preso, amargou mais de 500 dias na cadeia para que o caminho do fascismo de extrema direita vencesse as eleições, assumisse o poder com seus sargentos, coronéis, generais e bilros vivandeiras de quartel.

Governa o Brasil feito um dândi (o que é muito bom), um patriarca dado a ilusões de que governa um país com um povo generoso e não afeito ao ódio e à violência.

Brasil e África do Sul: países mais fracos dos Brics

Mas voltemos aos Brics.

Para seguir governando Lula depende muito da sua popularidade internacional, mais até do que uma exitosa política econômica e dividido apoio popular.

Lula tem contra si as forças armadas que o suportam, mas que seguirão à espreita para novas tentativas de golpe de estado;  parcela das classes econômicas e sociais abastadas que o odeia por nítido preconceito devido á sua origem social, além do ódio visceral dos cristãos fundamentalistas evangélicos e católicos.

Seu governo segue no fio da navalha, mesmo tendo um vice-presidente de centro-direita, que indique conservadores para vagas abertas nas Cortes de Justiça, mesmo abrindo o cofre para as “famiglias” que controlam a mídia nativa.

Não precisa nem citar o Congresso retrógado com imensos poderes.

No plano externo, a Otan e os EUA seguem com a guerra por procuração na Ucrânia contra a Rússia, com a possibilidade de expansão da guerra para a Ásia notadamente contra a China e, demais países soberanos como o Irã.

O Brasil é quintal dos EUA, militarmente banguelo e de caráter de ocupação do seu próprio país. Não precisa nem recorrer ás cartas do tarô para saber que futuro nos espera.

Imagens: Agência Brasil

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