O professor Pereira, pesquisador do cangaço e livreiro de importante acervo sobre o cangaço, coronelismo e história nordestina, durante entrevista ao blog, explica a conexão do cangaceiro Sabino Gomes – ou Sabino das Abóboras – com o município de Cajazeiras(PB).
Professor Pereira, livreiro em Cajazeiras, comercializa literatura sobre cangaço, coronelismo e historia regional do NE
O cancelamento da memória é uma prática recorrente na História da Humanidade, desde que esse “apagamento” atenda a interesses econômicos ou às classes que dominam uma Nação ou territórios ocupados à força ou através da colonização.
“Apagar a memória” sobre fatos históricos também ocorre em relação ao cangaço – e a Paraíba registra dois casos de Cancelamento: os ataques a Sousa, em 1924; e Cajazeiras, em 1926, protagonizados por Sabino Gomes, o famoso cangaceiro Sabino das Abóboras.
Sabino Gomes(E) e Virgulino Ferreira Lampião: ações bandoleiras na Paraíba na década de 1920
Durante muitos anos o ataque de Sabino Gomes a Cajazeiras, cidade onde ele morou, e que antes de morrer para lá levou mulher e filhos para que fixassem residência, permaneceu “apagada da memória” da cidade; sendo essa trajetória do cangaceiro conhecida apenas por familiares descendentes e pesquisadores do Cangaço. Em Cajazeiras ainda reside uma neta de Sabino Gomes, de nome doutora Francisquinha, que não dá entrevistas sobre o avô, mas pesquisa e guarda anotações sobre a vida dele..
Historiadores hoje concordam em alguns pontos sobre a trajetória do cangaceiro Sabino Gomes e um desses pontos, refere-se à sua paternidade: reportam que ele seria filho do coronel Marçal Diniz, político influente no pajeú pernambucano e na região de Princesa Isabel(PB) e coiteiro de Lampião.
Sendo filho de Marçal Diniz, o cangaceiro Sabino Gomes também seria meio irmão de Marcolino Diniz, também coiteiro e sócio dos irmãos Ferreira em várias empreitadas de razias praticadas na Paraíba.
Sabino Gomes ou Sabino das Abóboras, na liderança de um bando de 25 cangaceiros, atacou Cajazeiras no ano de 1926, depois de residir e trabalhar na cidade entre 1922 a 1924, auxiliando o meio irmão Marcolino em negócios legais.
Marcolino era proprietário de mercearia de produtos agrícolas e fornecedor para obras de construção do açude de São Gonçalo, município localizado na região entre Sousa e Cajazeiras.
No vídeo a seguir, o professor Pereira, que também é livreiro e pesquisador do movimento cangaço na Paraíba, explica algumas situações que colocaram Sabino Gomes no centro dos acontecimentos ocorridos em Cajazeiras, em 1926.
Supostamente- Sabino foi ferido e morto em 1928, na Fazenda Piçarra, no Ceará, em territórios próximos a Cajazeiras. Uma versão dá conta que ele abandonou o cangaço e migrou para o interior de São Paulo. Outra versão, a mais aceita é que Sabino fora ferido nesse combate da Piçarra, e morto por outro cangaceiro que desferiu um tiro de misericórdia em Sabino para abreviar-lhe o sofrimento.
O professor Pereira vende seus livros também pelo whatsApp 99911 8286.