Importante matéria veiculada pelo site Monitor Mercantil, recapitula as sabotagens promovidas pelos EUA ao Programa Nuclear Brasileiro, desde o governo de Getúlio Vargas até os dias atuais, além de enfocar o papel da Lava Jato na destruição da indústria pesada brasileira. O blog reproduz o artigo a seguir.
No momento em que o almirante Othon Pinheiro, um dos expoentes do Programa Nuclear Brasileiro, é homenageado pela Academia Brasileira de Ciências, recebendo, merecidamente, títulos de Doutor Honoris Causa da UFRJ e da UFBA, é hora de lembrar que o programa nuclear brasileiro já se iniciou, na Era Vargas, sob o comando do almirante Álvaro Alberto, perseguido pelos EUA.
Em 1952, o governo Vargas havia comprado equipamentos, turbinas, da Alemanha, para o programa brasileiro. Tropas da Otan, especialmente da Inglaterra, sequestraram esses equipamentos no Porto de Hamburgo, impedindo seu embarque para o Brasil. Essa perseguição, em outras formas, permaneceu ao longo dos anos.
O papel da Lava Jato
A prisão política do almirante Othon, durante a Operação Lava Jato, é reveladora desta perseguição. As supostas acusações feitas pela Lava Jato contra o almirante caducaram por escassez de verdade, devem ser vistas na mesma esteira da deposição golpista da presidenta Dilma e da prisão de Lula, todos alvos daquela operação engendrada nos EUA contra o Brasil.
Almirante Othon, cientista brasileiro vítima de Lawfare
Hoje, são o ex-juiz Moro e o desembargador Bretas os questionados por prática de Lawfare. Muitos outros dirigentes petistas foram presos pela Lava Jato, que também tinha entre seus planos colocar o PT na ilegalidade. Não conseguiram. Mas o dano foi imenso, pois, além de prender Lula, derrubar Dilma, impuseram a antirreforma trabalhista, privatizações inúmeras, a destruição ampla de várias empresas de Engenharia Nacional, com ela 4 milhões de desempregados, a partir do mantra falso do “Petrolão”, a nova campanha do Mar de Lama, que também fora lançada contra Getúlio Vargas, como comparou, apropriadamente, o presidente Lula.
A novidade a analisar, agora, é que não são apenas os EUA que tentam proibir o Brasil de ter desenvolvimento tecnológico na área nuclear – com o que pode ter ampliada sua capacidade de defesa, crucial para um país com tanto território, tanto ouro, petróleo, urânio, biodiversidade, água – mas agora surgem vozes isoladas no campo da esquerda que coincidem com este objetivo imperial de desarmar unilateralmente o Brasil.
Almirante Othon (foto de Marcello Casal, ABr)
Dos EUA, de Harvard, já vieram as teorias, assimiladas por FHC, propagando que as FFAAs deveriam cuidar apenas do narcotráfico, da criminalidade, deixando as tarefas de defesa propriamente ditas, para o Exército dos EUA e seu Comando Sul. Durante o governo FHC, o esvaziamento foi de tal ordem que os recrutas eram dispensados antes do rancho, às 12h, pois se economizava até em comida. Houve redução orçamentária significativa. Que alcançou até a indústria de defesa, inclusive com privatizações impatrióticas.
As teses do desarmamento unilateral e do não acesso dos países em desenvolvimento a todas as tecnologias energéticas decisivas no mundo moderno, inclusive na esfera nuclear, são propagadas pelos EUA. Por isso sua sistemática perseguição ao Brasil e ao Irã, este, várias vezes bombardeado e submetido a sanções draconianas, já que a AIEA, manipulada pelos EUA, simplesmente decreta que a nação persa não pode ter desenvolvimento tecnológico nuclear! Mas Israel pode! E sob proteção dos EUA! Para ameaçar o mundo árabe e o Irã, e com isso conseguir a limpeza étnica genocida que está realizando na Palestina, mas também no Líbano e já ingressando em territórios da Síria.
Fonte: Monitor Mercantil