O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, inicia nesta segunda-feira (17), uma viagem de trabalho aos países latino-americanos, que inclui Brasil, Venezuela, Nicarágua e Cuba; Lavrov tem reunião nesta segunda-feira (17) com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty. Depois, deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em meio à política externa “equilibrista” do presidente em relação à guerra por procuração da OTAN e EUA na Ucrânia contra a Rússia.
O chanceler russo chega à região com uma agenda concreta destinada a aumentar a cooperação entre os países envolvidos, com foco na política, comércio e economia, educação, cultura, assuntos humanitários, entre outros domínios, informa o site Sputnik.
“Planejamos focar as negociações no fortalecimento do direito internacional do mundo moderno com base na Carta da ONU”, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado.
“Para nós, a América Latina é uma região amistosa, um dos centros de formação de um mundo multipolar, com a qual a Rússia pretende manter um diálogo dinâmico e desenvolver uma cooperação construtiva que não esteja sujeita a nenhum ditame externo”, ressaltou a pasta.
Segundo as palavras do próprio Lavrov, as autoridades russas defendem sistematicamente “o reforço da cooperação russo-latino-americana com base no apoio mútuo, na solidariedade e na consideração dos interesses recíprocos”.
A recente visita do presidente Lula á China demonstrou que o Brasil voltou a ter protagonismo internacional, embarcou na nova tendência mundial de romper com o unilateralismo dos EUA, em defesa de um mundo multipolar.
Ao anunciar transações comerciais com a China em moedas chinesa e brasileira, o presidente Lula demonstrou que o País se posiciona com soberania.
As declarações do presidente Lula em relação à guerra na Ucrânia em consonância com a política externa da China, reforça o “equilibrismo” do Itamaraty em meio às fortes pressões da Europa e EUA para que o Brasil se engaje na guerra, inclusive enviando munição para o governo ucraniano.
Lavrov deve reforçar a posição de Moscou, que se sente cada vez mais cercada pelo avanço da OTAN sobre suas fronteiras, motivo central da ação militar russa em reanexar a Criméia, além de apoiar a independência de territórios de maioria étnica russa peretencentes à Ucrânia.
Com Brasil 247 e Sputnik Brasil
Imagens Ag. Tass