O tal empresário Tony Garcia (nome de gangster de Miami) , segundo a mídia dita independente uma vez que a nativa nada publica, faz tic tac mandando avisar que o Moro vai ser preso e que Curitiba era uma espécie de Guantanamo da elite dos procuradores e magistrados da República e deque se mostrou de bananas.
Na verdade, a opinião pública, se é que existe uma, está mais ansiosa por detalhes do bacanal dos desembargadores num hotel de luxo, do que expurgar os moralistas sem moral que ocupam os púlpitos evangélicos, as cortes e as redações das TVs – dos cafezinhos também.
O espírito patriótico contra a corrupção em Curitiba, era algo assim como no clássico “Os 120 Dias de Sodoma”, do impagável Donatien Alphonsne, popularmente conhecido como Marquês de Sade. O delator compara a cidade como uma Guantanamo – de fato era; mas também o sodalício de Sade com a elite do Judiciário chafurdando em um grande e inexpugnável bordel.
A lira do delírio e a ameaça ao Gladiador
Em Brasília reina o presidente da Câmara dos Deputados. Poderosíssimo, o atual residente busca repetir Eduardo Cunha, que nos dias atuais segue preso em outra Guantanamo, que é o Rio de Janeiro.
Lembrando que o todo-poderoso Eduardo Cunha sentou em cima de 86 pedidos de impeachment da presidente Dilma, todo infundados, mas que serviram para que o presidente d Câmara e sua turma chantageassem a Dilma, exigindo o Ministério da Saúde.
Faz-me lembrar de um senador que chantageava o ex-governador Maranhão exigindo a Secretaria de Saúde para se manter fiel. Maranhão não cedeu e o PFL, fiel da balança política, mudou de lado.
Lembro também que entrevistei um deputado paraibano ( falecido recentemente) em que a imprensa paraibana dava como certa sua nomeação para o Ministério da Saúde. Não rolou porque a corda esticou e Dilma foi derrubada sob a alegação de “pedaladas fiscais”, que o povo brasileiro jamais soube o eram.
Mas o clima agora é algo como “A Lira do Delírio”, filme dos anos 70, em que o vilão promove um sequestro para chantagear a heroína da trama durante o desfile do bloco carnavalesco “A lira do Delírio”.
O Lira atual, todo-poderoso, todos sabem, perdeu o controle do balcão de distribuição de emendas que fazem a festa dos congressistas. O “articulador” político real agora é o presidente Lula, alvo das chantagens. “O Lula que se cuida pois o combustível do governo está no fim”, teria avisado o Lira. Que tem o apoio da mídia nativa, mas não está levando em conta que na atual quadra política brasileira tem ex-procurador e ex-juiz beirando portas do xadrez; o país luta para se livrar do sequestro praticado por falsos moralistas pentecostais e et caterva.
“Quanto mais alo do coqueiro, maior é a queda”, diz o ditado popular. Ou o Lira é defenestrado, ou o Lula corre perigo, ainda que a economia esteja melhorando. No mundo todo à economia importa; menos no Brasil, que suporta e talvez até goste da miséria que as classes dominantes impõem ao país.
Filme Gladiador: maximus chantageia o Gladiador
E o Lula, o nosso Gladiador de Ridley Scott, segue no fio da navalha: tolerado pelos EUA, odiado pelas hordas pentecostais que sequestraram milhões de crédulos da boa fé em Cristo e por militares ineptos para as funções de defesa do País, some-se aí o eterno preconceito da mídia cartorial.
O filme Gladiador tornou-se um clássico pelas cenas memoráveis. Tem uma em que o Imperador de Roma, Maximus (Joaquim Fênix) chantageia o Gladiador Russel Crowe (ferido e preso). Artur Lira de hoje é o Eduardo Cunha de ontem. Todos sabem como o filme termina.
Tomara que esse roteiro, já conhecido, termine com êxito para Maximus – o nosso Gladiador. Até porque Comodus do Imperador da Câmara está com a Polícia Federal na porta, e não é por inquéritos fajutos e fraudulentos tipo Lava Jato.
Imagens: Ag. Brasil
Divulgação publicitária de Gladiador