Considerada obra póstuma do jornalista paraibano Gemy Cândido, que também foi historiador, escritor, crítico literário, sociólogo e filósofo, s foi  lançada ontem, segunda-feira (26), em João Pessoa. A apresentação do livro ‘Riachão de Banabuié foi feita por Mary Ellen, filha do autor da publicação, que morreu em maio de 2023, aos 79 anos. O evento ocorreu na Fundação Casa de José Américo de Almeida (FCJA), localizada na orla da capital paraibana.

Histórico – Natural do município de Esperança, Gemy Cândido teve presença marcante na imprensa e no cenário cultural paraibano nas décadas de 1980 e 1990. Trabalhou como editor em vários jornais e também exerceu a profissão de radialista, fazendo um programa político na Rádio Arapuan ao lado de Otinaldo Lourenço. Deixou três livros publicados (‘Fortuna Crítica de Augusto dos Anjos’, ‘História Crítica da Literatura Paraibana’ e ‘Clóvis dos Santos Lima – Um Homem Predestinado’) e outros 30 ainda inéditos.

“Esta obra é decorrente de um desejo de um esperancense chamado Francisco Souto [Chico], que manifestava nos anos de 1950 o desejo de ver o exemplo econômico e social do município de Esperança em formato de livro”, explica Mary Ellen, lembrando que o convite para escrever foi feito ao jornalista Gonzaga Rodrigues, mas que sugeriu e passou a tarefa para Gemy.

Mary-Elen, filha do Gemy, na sessão de autógrafos

“Meu pai, tendo batido a poeira dos arquivos de inúmeros acervos, dos moradores, das bibliotecas e outros, realizou a tarefa não com uma simples história do seu passado, de sua origem, mas com a história de um povo alegre, vivedor, minifundiarista, comerciante e artesão”, ressalta Mary Ellen, enfocando que a leitura e escrita sociológica de Gemy dão à obra uma visão abrangente, socioeconômica e histórica do município de Esperança.

O município de Esperança, no interior paraibano, tinha o nome de Banabuié em 1860. Em 1872, a cidade também recebeu o nome de Boa Esperança. O nome Esperança foi dado pelo Padre Ibiapina. Em 1º de setembro de 1920, A hoje cidade de Esperança foi criada como distrito do município de Alagoa Nova. Em 1º de dezembro de 1925, Esperança foi emancipada de Alagoa Nova e elevada à categoria de município.

Dividida em 14 capítulos, a obra a ser lançada na segunda-feira aborda temas como cultura, economia, religião, educação, saúde, sociedade, agricultura, geografia, pecuária, o comércio, os moradores, e as personalidades que fizeram parte da história do município de Esperança. “Meu pai teve a capacidade e o cuidado de dar unidade à obra, fazendo com que os capítulos se complementassem através de ilustrações referentes a cada tema. Com isso, temos um livro de leitura agradável, no qual as informações são passadas de forma fluida e com extrema qualidade”, avalia Mary.

Gesiel Cândido (irmão do autor), Naná Garcez, executiva de A União e historiador Valdir Porfírio

E ela ainda destaca: “Meu pai não conseguiu, em vida, concretizar a publicação desta obra, e nem mesmo teve coragem para financiar o tão afetuoso ‘Riachão de Banabuié’, mas, como participante da pesquisa histórica, em vida o prometi a sua publicação. Corporificar o lançamento desta obra, aquece meu coração, pois cumpro um dos deveres deixados por ele”.

Destaque para acadêmicos e jornalistas da atualidade

O lançamento contou com presenças ilustre do mundo intelectual, acadêmico e jornalístico de João Pessoa, a exemplo da jornalista Naná Garcez, executiva de A União, acadêmico Hidelberto Barbosa, Waldir Porfírio, historiador, José Octávio de Arruda Melo, historiador; Eilzo Matos, Evandro Nóbrega, poeta Políbio Alves, além do destacado jornalista Rubens Nóbrega; Polibio Alves, prof. Francelino. A vereadora Raissa Lacerda e membros da família Cândido, como o empresário Gesiel Ataíde Cândido, irmão do escritor.

Assessoria parlamentar durante muito tempo

Por vários anos, Gemy Cândido também trabalhou na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), atuando como chefe de gabinete do então presidente da Casa, o deputado estadual Waldir dos Santos Lima, e fez parte da chamada “geração de ouro” do jornalismo paraibano, reconhecida ainda hoje pelo trabalho jornalístico realizado durante o período da ditadura militar no Brasil.

Dessa geração que fazem parte Gemy Cândido, Otinaldo Lorenço e Gonzaga Rodrigues, ainda são destacados Biu Ramos, Agnaldo Almeida, Rubens Nóbrega, Nonato Guedes e Juca Pontes. Membro da Associação Paraibana de Imprensa (API), Gemy nasceu em 26 de agosto de 1943, em Esperança, e morreu em João Pessoa, no dia 5 de maio de 2023. Uma parte do acervo de Gemy Cândido está sob a guarda e preservada pela Fundação Casa de José Américo.

Fonte: A União

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