Corria o ano da graça de 1889 quando num certo dia de novembro, Dom Pedro II foi dormir Imperador do maior país da América do Sul e, no dia seguinte, acordou apeado do poder por uma quartelada liderada por um Marechal monarquista e também seu fiel escudeiro; desde então os militares fundaram o Partido Militar, que jamais foi reconhecido com tal, mas de fato é o partido que, sem votos, recorrentemente, retorna  ao poder até por ardil, como foi o 8/01.

Deste então, a militarização  da política foi sempre crescente a ponto da levar a um clima de apartação na sociedade civil e na Federação dos estados – o que alimenta as vivandeiras de quartel que vicejam nos portões dos quartéis, tribunais, imprensa e parlamentos e que se tornaram mais despudorados.

O tenente Messias, que nos anos 80 planejou dinamitar infraestruturas no Rio de Janeiro por aumento de soldos e considerado um “mau militar” pelo general  ditador Ernesto Geisel apenas deu voz e liderança a todos os estamentos de extrema direita, um pensamento político enraizado nas forças armadas desde sempre, mas consolidado por ensinamentos, treinamentos do Departamento de Estado para  a serventia aos interesses dos EUA.

Amalgamados, daqui pra frente serão rotulados de “bolsonaristas” –  o que substitui o tal espírito do movimentos  ‘tenentista’, é o que aponta recente pesquisa do Datafolha .

O instituto de pesquisa Quaest também apontou para paulatina queda de confiança dos brasileiros em suas forças armadas. Isso em tempos de paz com os países vizinhos, sem que haja a mínima ameaça à integridade do território, que são obrigados, pela Constituição, a defenderem.

“O levantamento mostra que de dezembro de 2022 a agosto de 2023, o número de pessoas que dizem “confiar muito” nos militares passou de 43% para 33%. Já o percentual daqueles que disseram “confiar pouco” na instituição subiu de 35% para 41% no mesmo período. Entre os que dizem não confiar aumentou de 18% para 23%”.

De acordo com a Quaest, a redução de confiança foi maior entre os apoiadores do nazifascismopentecostal, praticamente a metade do eleitorado que votou no tenente Messias.

O golpe  do 8 de janeiro fracassou, mas claramente contava com dissimulado apoio de oficiais, praças, além de policiais de todas as corporações de estado; sem deixar de citar o apoio civil de evangélicos, juízes e mídia nativa.

Parcelas da sociedade civil que se considera proba e patriótica, seja lá o que isso quer dizer.

O mote que embalava e embala é o combate à corrupção.

Bem, corrupção é crime que a polícia investiga, o Ministério Público denuncia e o Judiciário condena ou absolve baseado em provas – não em convicções.

Parece que é o que está ocorrendo.

Imagens: Agência Brasil

 

 

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