O presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue nesta quarta-feira, 12, para a China com o seu terceiro mandato, entre o Martelo e a Bigorna; uma situação real entre dois males: o Martelo de uma guerra híbrida entre o Ocidente e o Oriente no plano externo, uma situação interna, verdadeira Bigorna de ferreiro, politicamente cercado por um congresso hostil, uma mídia nativa aliada ao fascismo de extrema direita que embala grande parte da sociedade brasileira.

Analistas apontam que o desembarque do presidente Lula na China, nesta quarta-feira, é um passo capaz de moldar os rumos da diplomacia brasileira neste início de  terceiro mandato e, tendo como horizonte, definir o futuro da relação do Brasil com as superpotências mundiais.

O Brasil é visto e tratado pelos EUA como um país-satélite – de fato, um país militarmente banguelo, historicamente se comporta como colônia, ainda que tenha uma economia pujante em relação aos demais do continente sul-americano. Lula busca reestabelecer o protagonismo do Brasil no concerto das Nações num mundo que está na aurora da multipolaridade.  E com recrudescimento militar entre Europa e a Rússia, EUA e China.

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Potência militar global mais sustentabilidade agrícola

A China de 2023 não é mais a mesma de 1949, o Brasil também não. Mas a China, em menos de 100 anos tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil e, até 2050, se consolidará como a maior potência econômica e militar global, desbancando os EUA e a Europa em conjunto; o Brasil perdeu seu timing desenvolvimentista, se desindustrializou, voltou a ser mero produtor agrícola e fornecedor de proteína animal.

Se souber tirar proveito da situação, poderá acumular ganhos e voltar a ter protagonismo internacional. O governo anterior do Brasil apostou perigosamente na Sinofobia, cabe ao Lula reverter e manter não-alinhamento.

A China corteja o Brasil, maior país da América Latina, para ser seu aliado estratégico também no que chama de redefinição do panorama geopolítico global com a implementação das Novas Rotas da Seda, tornar-se  maior potência política e militar do planeta no século 21. A China já está na última fronteira industrial e em busca de autonomia tecnológica.

A China exerce a política do “ganha-ganha”, negociando em moedas que passem longe do Dólar e sem ingerência política interna. Cedo ou tarde os EUA e a Europa entrarão em conflito militar com a China e vai exigir lealdade de seus países-satélites.

 A bigorna permanece sempre aquecida

A situação interna é a Bigorna. O país segue conflagrado, o próprio presidente Lula conseguiu debelar no início do seu terceiro mandato uma tentativa de golpe de estado ensaiado por militares, polícias militares, igrejas evangélicas, setores do Judiciário, que formam o tecido social e militar da extrema direita, cuja disseminação da ideologia de ódio cristalizou, basta apontar o recente massacre de Blumenau, que a sociedade e a mídia nativa definem apenas como tragédia humana e não como resultado de uma politica de ódio.

Três meses depois dos atos de vandalismo análogos ao terrorismo em que hordas de extrema direita depredaram prédios dos 3 Poderes da República, de forma planejada e com anuência das corporações de estado, como Exército e Polícias federais e do Distrito Federal a situação segue em “banho Maria”.

As instituições sobreviveram à tentativa de golpe em 08 de janeiro, autoridades avançam na responsabilização de militares das Forças Armadas com eventual participação ou omissão na tentativa de golpe de estado.

Nesta quarta-feira (12/4), a Polícia Federal tomará depoimento, em unidade da corporação em Brasília, de cerca de 80 militares de altas e baixas patentes serão ouvidas.

Entre os intimados, há até um general da alta cúpula do Exército, general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que até ontem era o chefe do Comando Militar do Planalto, o que significa dizer que Lula, mesmo como comandante-em chefe das forças armadas pode enfrentar novas quarteladas.

Lembrando que o golpe de estado em 8 de janeiro não teve adesão total do Exército, exatamente por conta do Martelo internacional, porque a Bigorna segue aquecida.

Opinião.

Fotos agência Brasil, Viomundo

 

One thought on “Entre o Martelo e a Bigorna, Lula vai à China”
  1. Reais do Brasil Rublos da Russia Rúpias da India Renmimbi da China & Rand da Africa-do-Sul associados, eita pauleira, o que dá lastros ao Banco Solidário dos BRINCs não estão de brincadeira. O Cambio dos Stats, por isso, sabe que o Dolar passaria, a qualquer instante, a mera condição de papel-moeda pra errolar charuto cubano. Chegou a hora do Tio Sam pedir penico a Tia Dilma. Axé, Barbados!

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