O presidente Lula pretende substituir o economista Marco Troyjo no Banco do Brics nas próximas semanas, antes da viagem que ele fará à China, prevista para março. No lugar do bolsonarista raivoso Troyo será indicada a ex-presidente Dilma Roussef, que vai integrar a comitiva presidencial.
O que isto significa?
Significa que o Brasil, ainda que matreiramente ou timidamente, busca soberania em relação aos Estados Unidos, e reestabelecimento de parcerias econômicas no formato BRICS Plus, que será ampliado com a inclusão da África do Sul, Arábia Saudita, Argentina e outros países asiáticos.
Em resumo: a maioria da população global e suas economias num bloco comercial, que tende também a ser militar no futuro, com países soberanos. E o estabelecimento de um mundo multipolar.
Claro que isso significará a consolidação da China como maior potência econômica e militar, ao passo que as economias desses países já iniciaram processo de comercialização entre si passando ao largo do Dólar como moeda de referência.
O fato de comprar e vender não tendo mais o Dólar como lastro surge como estrada aberta para o fim dos Estados Unidos como potência unipolar – e os norte-americanos, ainda que em decadência, social, econômica e militar, não aceitarão essa nova realidade pacificamente.
Presidente Lula: retorno à cena internacional
O Brasil já faz parte dos Brics – Esse B vem de Brasil e representa uma estrada segura para reindustrialização do país, mais comércio exterior – e com soberania.
Fim da URSS deu origem ao mundo unipolar
No ano da graça de 1991, mês de dezembro, assistíamos ao fim da União Soviética e o surgimento da noção, ainda incipiente, de que o mundo seria Unipolar – um sistema internacional no qual existe uma concentração de riqueza e poder numa potência, os Estados Unidos, que não tenderia a ser contestado por uma coalizão de todas as outros países relevantes.
Para consolidar esse mundo unipolar, os EUA – a potência hegemônica – destruiu vários países levando à morte milhões de pessoas em países como o Iraque, Líbia, Afeganistão e outros no continente africano; na América Latina, que os norte-americanos consideram seu quintal, não houve necessidade da violência brutal que se abateu nos países do Oriente Médio, alguns da Ásia e África, devido à dominação cultural e a subserviência das elites dominantes dos governantes latino-americanos, incluso o Brasil.
Essas mudanças estão ocorrendo quase que na velocidade da luz do ponto de vista da História; mudanças aceleradas com a “Primavera árabe” exitosa em alguns países, mas fracassada no Egito, Turquia e, em parte na Síria, destruída e ainda com um terço do país ocupados por tropas dos EUA – a guerra lá ainda não acabou.
Na Europa assistimos a guerra da OTAN e Estados Unidos contra a Rússia, tendo a Ucrânia como teatro de batalha, país este em processo de destruição com perdas humanas incalculáveis e perda de territórios. A Ucrânia talvez desapareça, pois uma parte de seu território está dando origem ao outro país, outra parte já foi devolvida à Rússia como a península da Criméia, e deve perder ainda mais territórios para a Polônia que deverá reanexar áreas perdidas para ex-URSS.
Para finalizar e não por último; China e Brasil firmaram acordo para usar yuan nas operações bilaterais. Dilma se apresenta como embaixadora credenciada para negociar com China e Rússia, além de outros países asiáticos, africanos e latinos.
Restou à mídia nativa a retomada do espírito vira-lata com suas críticas fúteis; que de resto é a alma do Brasil que teima em não se livrar do colonialismo.