O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República chega aos 100 dias marcado por iniciativas de reconstrução de políticas públicas de inclusão social, reinserção global, desconfiança dos setores reacionários da maioria das forças armadas, um Congresso hostil, dos mais reacionários na história da república; sabotagem implícita da política econômica por parte da mídia nativa e, principalmente, das autoridades monetárias do Banco Central.

Terceiro mandato conferido por eleições livres e democráticas, mesmo levando-se em conta as ilegalidades praticadas pelo regime anterior, liderado pelo tenente Messias Bolsonaro com uso inclusive de organismos de estado para a sabotagem do pleito que culminou com a tentativa de golpe de estado em 08 de janeiro.

Tal qual o primeiro mandato, o atual do presidente Lula permanece de centro com políticas da socialdemocracia, antes aplicadas pelo PSDB. O vice-presidente atual é socialdemocrata, de centro. Percebe-se o recrudescimento da luta de classes.

Tudo isso faz parte de um governo de coalização democrata.

O Brasil vive um paradoxo: um Banco Central acima dos poderes da República  atuando sabidamente contra a economia em benefício de setores financistas que nada produzem, contrariando inclusive recomendações econômicas de especialistas com expertise em economia em nível mundial.

O País vive processo irreversível de apartação decorrente da cultura de ódio que vigora desde 2014 e se exacerbou a partir de 2017; um pacto federativo rompido pelo regime anterior, em que estados, municípios e parte do Judiciário tiveram que assumir a governança central no combate á pandemia Covid-19.

O terceiro mandato do presidente Lula fracassará caso a política econômica não tenha êxito; uma reconciliação nacional se apresenta cada vez mais inviável simplesmente porque só se concilia com quem quer reconciliação. Setores evangélicos, segmentos sociais ditos conservadores, parte  do Judiciário e da polícias são relutantes a isso.

No plano da política externa, ao longo de sua história, o Brasil sempre optou pelo lado perdedor em função espírito de vira-lata da sociedade – uma concepção do dramaturgo Nelson Rodrigues para o futebol, que também se aplica á uma sociedade que se mostra feliz em ser colônia.

Uma classe trabalhadora que se mantém tolerante como na “Servidão Voluntária”, encaixada na definição do jovem Étienne de la Boétie, em 1500, ano da descoberta do País.

O presidente Lula está de viagem marcada para a China, para uma recomposição essencial e desesperada com o principal parceiro comercial do Brasil e, ainda assim, não demonstra clareza que o mundo não é mais unipolar, que o futuro da economia global e paz dependem agora da Ásia e nãos da América e Europa.

Mas tem um velho ditado pessimista que diz: “se o Brasil nunca deu certo antes, porque haveria de dar agora ou no futuro?”

Foto Agência Brasil. Lula sobrevoa áreas alagadas no Maranhão

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